Hacker é preso suspeito de participar de esquema que usava inteligência artificial para aplicar golpes manipulando imagem de famosos
09/05/2025
(Foto: Reprodução) Criminosos modificavam vídeos e áudios para anunciar falsas promoções na internet, segundo Polícia Civil. Em janeiro deste ano, na primeira fase da operação, três pessoas foram presas. Grupo criminoso alterou vídeo do apresentador Marcos Mion para anunciar falsa promoção.
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A Polícia Civil prendeu um hacker suspeito de atuar com um grupo alterava vídeos e áudios de famosos para anunciar falsas promoções. Em janeiro deste ano, na primeira fase da operação, três pessoas foram presas (veja detalhes abaixo).
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Um dos famosos que teve a imagem alterada pela organização criminosa foi o apresentador Marcos Mion (veja foto acima). O grupo fez uma propaganda falsa com a voz e vídeo do apresentador e com a marca do Outback. Tanto o artista quanto a empresa negam envolvimento na propaganda.
O suspeito de 24 anos foi preso em Santa Helena de Goiás, nesta quinta-feira (8). Segundo a Polícia Civil, ele era responsável pela criação dos sites falsos, usados para enganar as vítimas. As páginas eram idênticas aos sites verdadeiros e serviam como ferramenta para aplicar o golpe.
Em depoimento aos policiais, o suspeito confessou a participação no esquema e detalhou como criava os sites falsos, de acordo com a Polícia Civil.
Mandados de busca e apreensão também foram cumpridos, além do bloqueio de contas bancárias ligadas ao hacker, conforme determinação da Justiça.
Como funcionava o esquema
Alvos da Operação Voiceover exibiam itens de luxo nas redes sociais.
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Em janeiro deste ano, três pessoas foram presas por suposto envolvimento no esquema. Os suspeitos foram identificados, à época, como Gustavo Cardoso Marques, João Victor Gomes e Kauã Moura Calçado.
De acordo com as investigações, o grupo modificava a imagem e o áudio de vídeos reais de artistas para anunciar falsas promoções. Ao clicarem no anúncio, as vítimas eram direcionadas para sites falsos para concluírem o pagamento de um "voucher promocional".
Os suspeitos usavam criptomoedas para lavar o dinheiro. Segundo a polícia, o grupo mantinha um escritório onde manipulava as imagens. A investigação aponta que há vítimas em todo o país. De acordo com a polícia, em apenas quatro dias, 27 pessoas denunciaram o golpe.
Nas redes sociais, os suspeitos ostentavam uma vida de luxo. Nas publicações, eles mostravam carros, lanchas e acessórios luxuosos.
Em nota, a defesa dos três suspeitos afirmou que os investigados estão cooperando integralmente com as autoridades para 'elucidação dos fatos' (veja nota completa abaixo).
O que diz a assessoria de Marcos Mion
"Em complemento ao nosso posicionamento anterior, reiteramos que medidas legais seguem em andamento para que todos os responsáveis sejam devidamente identificados e responsabilizados.
Orientamos o público a desconsiderar esse tipo de material e reforçamos que qualquer ação, campanha ou iniciativa envolvendo Marcos Mion será sempre divulgada exclusivamente por seus canais oficiais.
Nosso compromisso permanece com a transparência e a verdade."
O que diz o Outback
"Reconhecemos a importância da atuação das autoridades em casos como esses que afetam diversas marcas, nomes conhecidos no Brasil e consumidores. Atualmente, possuímos uma estrutura de tecnologia que identifica e derruba de forma rápida e eficiente esses sites e anúncios falsos que envolvem a nossa marca para contribuir com o combate aos golpes virtuais. Reiteramos que utilizamos apenas os nossos canais oficiais para comunicar benefícios e promoções."
O que diz a defesa dos três suspeitos
"A defesa de Gustavo Cardoso Marques, João Victor Gomes e Kauã Moura Calçado vem, por meio desta nota, esclarecer que os investigados têm cooperado integralmente com as autoridades na elucidação dos fatos e repudiam quaisquer acusações precipitadas ou sem embasamento probatório.
Confiamos na apuração justa e criteriosa dos fatos pelas autoridades policiais e ressaltamos a importância de uma postura responsável por parte da imprensa, a fim de evitar prejulgamentos que possam causar danos irreparáveis aos investigados.
Por fim, destacamos que o acesso aos autos da investigação foi recentemente franqueado, de modo que não houve tempo hábil para análise técnica e emissão de parecer direcionado à imprensa. De forma respeitosa, permanecemos à disposição para novos esclarecimentos que eventualmente se façam necessários, respeitando sempre os limites do sigilo processual e o devido processo legal."
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